leite
talvez tenha gostado do leite materno, talvez. duvida.
leite foi coisa que sempre a enjoou. por isso o pai a obrigava a tomar uns comprimidos de cálcio às refeições.
- toma isso vá lá... magrinha como és ainda arranjas raquitismo. o leite faz muita falta ao crescimento.
é verdade que o pai já tinha crescido tudo mas também não suportava nem o cheiro de leite. coisas de adultos...
ela gostava, no entanto do branco-leite. gostava de o ver no copo. até de ver os outros beberem-no com gosto. dava-lhe prazer isso.
mas se tivesse sede, nem que houvesse um rio de leite a mataria. exagero? talvez. mas perto da verdade.
in
nem por isso nas férias deixava de, ao fim do dia, ajudar uma colega da escola a entregar de porta em porta o leite que a família vendia.
aliviava-lhe o peso do pote e assim tinham tempo para parar e brincar pelo caminho. mas havia um carreiro que percorriam com passo mais acelerado. da primeira vez ainda perguntou:
- estás com pressa? porquê? ainda não é de noite...
- não estou... tu já vais ver.
e viu. viu que chegavam à bomba de gasolina mais afastada da vila. viu a amiga poisar a vasilha de leite e ficar especada, olhos fixos num rapaz moreno, aviar-lhe uma medida de litro de leite e não parecer ter vontade de sair dali.
ela escondera-se atrás da bomba. não gostava daquilo. era óbvio. o óbvio e o ridículo eram primos de que se afastava assim que os via.
- viste? viste? ele a olhar para mim daquela maneira?
- vi-te a olhar para ele. é mais assim.
- tens é inveja.
- daquilo?
seguiram caladas no regresso.
ao outro dia, não se escondeu atrás de nada e fitou o rapaz, serenamente.
- tens uns olhos bonitos.
- já me disseram.
- és arredia.
- não sou é parva.
pegou no pote sozinha e deixou a amiga com o suposto namorado.
- afinal ele gosta é de ti...
quase chorava.
- não sejas parva. ele é só um rapaz. não gosta de ninguém.
e foram correndo até casa atirando o pote vazio de uma a outra. livres do leite e do sexo oposto.
por enquanto.
leite foi coisa que sempre a enjoou. por isso o pai a obrigava a tomar uns comprimidos de cálcio às refeições.
- toma isso vá lá... magrinha como és ainda arranjas raquitismo. o leite faz muita falta ao crescimento.
é verdade que o pai já tinha crescido tudo mas também não suportava nem o cheiro de leite. coisas de adultos...
ela gostava, no entanto do branco-leite. gostava de o ver no copo. até de ver os outros beberem-no com gosto. dava-lhe prazer isso.
mas se tivesse sede, nem que houvesse um rio de leite a mataria. exagero? talvez. mas perto da verdade.
in
nem por isso nas férias deixava de, ao fim do dia, ajudar uma colega da escola a entregar de porta em porta o leite que a família vendia.
aliviava-lhe o peso do pote e assim tinham tempo para parar e brincar pelo caminho. mas havia um carreiro que percorriam com passo mais acelerado. da primeira vez ainda perguntou:
- estás com pressa? porquê? ainda não é de noite...
- não estou... tu já vais ver.
e viu. viu que chegavam à bomba de gasolina mais afastada da vila. viu a amiga poisar a vasilha de leite e ficar especada, olhos fixos num rapaz moreno, aviar-lhe uma medida de litro de leite e não parecer ter vontade de sair dali.
ela escondera-se atrás da bomba. não gostava daquilo. era óbvio. o óbvio e o ridículo eram primos de que se afastava assim que os via.
- viste? viste? ele a olhar para mim daquela maneira?
- vi-te a olhar para ele. é mais assim.
- tens é inveja.
- daquilo?
seguiram caladas no regresso.
ao outro dia, não se escondeu atrás de nada e fitou o rapaz, serenamente.
- tens uns olhos bonitos.
- já me disseram.
- és arredia.
- não sou é parva.
pegou no pote sozinha e deixou a amiga com o suposto namorado.
- afinal ele gosta é de ti...
quase chorava.
- não sejas parva. ele é só um rapaz. não gosta de ninguém.
e foram correndo até casa atirando o pote vazio de uma a outra. livres do leite e do sexo oposto.
por enquanto.
10 passos
:)))) Beijos
:)
Bjs.
aleksandro: disseste tudo. para eu não ter que dizer nada. «pronto».
;)
Lol
:-)
como comentário apenas coloco esta formula:
1.618
:-)
Leite
Leite ... está tudo lá
é leite
Honestamente, algo me diz que adoravas leite, só que esqueceste disso, assim como nos esquecemos de tantas outras coisas, quando vamos crescendo, e às vezes, quando crescidos, somos mais propensos a lembrar do que não gostamos...
sendo portavoz dela, garanto que ainda hoje só o bebe disfarçado com café ou chá.
houve uma vez, só uma em que o leite lhe soube bem. acabava de sair da vaca, era adocicado morno macio...
:)
Sabe uma gata? é capaz de se adaptar a ração, até tomar leite quando adulta, porém, continuará a pertencer a família dos felídeos, à ordem dos carnívoros e à classe dos mamíferos... Às vezes nos esquecemos, mas somos da mesma classe dos bichanos (por isso que meus filhos, ao verem uma garota bonita dizem: - "Que gata!". Ou, no caso da Luiza, a conversar com suas amigas: - "Viram como o... é um gato?!"). Voltando à gata do início desse comentário: em condições normais, quando adulta, sua alimentação seria quase 100% composta de carne, contudo, quando pequetita - 100% leite!!!!! Percebes?!
Quanto ao segundo tipo de leite que mencionas, na Ilha dos Mutuns, era tradição: de madrugadinha, no início das férias, acompanhar meu avô, que só chamavámos de "Vozinho", na sua ida ao curral, onde ele, juntamente com o vaqueiro, procedia a ordenha das vacas. Meus irmãos e primos levavam uma caneca na mão. Amarravam o bezerro a uma perna dianteira da vaca. Mãos hábeis e calosas se aferravam às tetas num movimento contínuo. A brancura do leite morno e branquinho se derramando num balde colocado estrategicamente (ou o copo de um guloso dos meninos se interpondo entre o balde e o jato alvíssimo!). A tudo isso o pobre do bezerrinho olhava com as pupilas a quase saltar dos olhos!! Quando o balde atingia uma determinada marca, desamarravam o bezerro, que só então se atirava ao úbere materno, dando cabeçadas num afã incrível, o leite a escapar-lhe pela boca! Era a parte que eu mais gostava de ver. Chamávamos a esse leite de “mungido”. Se eu gostava? Sequer o experimentei! Ficava com dó do bezerro.
Hoje? Leite?! Só disfarçado!!! E quando eu era pequetito? Bem, minha mãe dizia que, à exemplo de todos os outros filhos dela, mamava até dormindo... um sorriso de saciedade a me iluminar o rosto...!
:-)
:) bjs
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