20 maio 2005


Papillon feuille - Marie-Lydie JOFFRE



e como borboleta olhava a vida

poisando em tudo sem poder repousar

tinha na alma aberta qualquer ferida

mas a quem, deus, a quem dela falar?

no papel dispunha letras breves

incompletos desabafos da hora

era triste era triste, essa menina

- se ao menos eu soubesse porque chora?...

não sabia não podia saber o nome à dor

da filha magoada desde o berço

para isso é necessário dar amor

não ao nascer, mas antes do começo.

borboleta das hortas na infância

borboleta da dúvida era agora

passara pouco tempo e que distância!

tudo mudava dentro dela e fora.

só a poesia e a espera se mantinham

num recanto sagrado do seu ser

desse esperado mistério tinha fome

quem lhe dera saber saber saber

aonde ou em que alguém estava o seu nome

para matar a sede de viver.






3 passos

Blogger wind andou...

Lindo:) beijos

sexta mai. 20, 05:31:00 da tarde  
Blogger batista filho andou...

é algo tão singular
encarar o sofrimento
uns sofrem calados
outros gritam ao vento

fazer um afago, oferecer o ombro
ouvir desabafos quando preciso
mas não se escusar de ponderar
é o que faz - um amigo

ainda que obtenhas resposta
aos teus infinitos “por quês”
lá no fundo
o que isso quer dizer?
ter resposta pra tudo
quase tudo saber?
será que isso satisfaz?!
o que penso a respeito?
só o AMOR, que é o Todo
traz consigo a tão sonhada PAZ

continuo a cismar
dos nascidos daqui ou do além
como nada nasce do nada
do nada ninguém vem
apesar de saber tão pouco de tudo
de tudo, quase nada saber
do pouco que sei não refugo
- os erros e sofrimentos dos outros -
são meus também

se o Todo
é feito de partes
a parte do Todo que eu sou
sussurra ensina antigas lições
o Amor é o Todo
quanto mais se reparte
a pouca parte que cada um tem
mais rápido essas partes se unem
- retornam ao convívio do Todo -
de onde cada parte provém

... E se o sorriso no meu rosto é escasso
cá dentro d’alma, sinto brotar um riso novo!
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Amiga, depois de fazer um comentário tão extenso, talvez seja hora de tirar férias...
O teu poema é um dos mais lindos e tristes que já li. Gostaria que a tristeza que o perpassa fosse só poética, mas não acho que seja. Por isso, sem beatices, rogo a Deus que te ilumine e dê forças. Um abraço fraterno.

sexta mai. 20, 08:14:00 da tarde  
Blogger Madalena andou...

Bom dia a todos.

Obrigada, BF. Isto é um luxo, ter poetas a comentar. Boas férias!

Hammy, grata. Eu sou sempre simples. Abraço.

Chaudes, i will go there. thanks.

:)

segunda mai. 23, 08:48:00 da manhã  

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