26 junho 2005

perguntas

- e não disse mais nada?

- não.

- e foi-se embora?

- foi. parecia revoltado e infeliz.

- e não se despediu?

- já te disse, virou-me as costas e evaporou-se, lentamente. tão lentamente como a água. mas sem deixar uma nuvem sequer.

- e o nome, o nome?

- esqueci de perguntar. não lembro se ele o disse...

- e era alto?

- sim. como uma rocha que nascesse do chão.
porque perguntas tanto? que te importa?




in

- talvez tanto como haver vida, mais vida que aquela que se vê.

- que disparates dizes!

- contou-me tudo o que ele lhe disse sobre o tio agostinho?

- não. contou-me outras histórias. se calhar inventadas. por isso as não referi.

- eram só dele as histórias? não haveria pelo meio delas um genro, por exemplo?

- agora que perguntas... havia sim. mas como sabes? como podes saber?!

- não sei. quero saber, é que o tom desse velho...
deixe lá o que eu penso. limite-se a escrever o que quiser. mas a mim vai ter de contar mais. de contar tudo!

eu preciso saber!

- mais tarde, acalma-te. agora não ou a comida esfria como diria o velho alentejano. anda, o almoço está na mesa. depois falamos, com mais calma.

mas que agitada estás!



1 passos

Blogger wind andou...

Pois é as "estórias" são tão boas que mal dá para esperar:) beijos

domingo jun. 26, 07:44:00 da tarde  

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