06 junho 2005

quieta como um cacto?

só por obrigação ou contemplação. desde pequena que assim é.

bastou que chegasse a hora da liberdade e ei-la a beber néctar de rosas para se embriagar.

também há jasmim florido. estonteia. quase bate com a cabeça no muro para chegar ao aroma. não faz mal. não os quer misturar. o das rosas vermelhas pequeninas é muito diferente.

uma bebedeira de mistura de flores que ressaca dará?

- come filha que te faz bem!

- não bebas filha que te faz mal!

e as flores, que diria a mãe das flores?

a vizinha finge que estende roupa para ouvir o que ela diz às plantas. não consegue.

sempre falou com tudo, hoje ainda.

plantas pedras chuva vento terra os seus mortos os seus distantes vivos.

fala às vezes em silêncio. outras, todos podem ouvir.

o risco único é que lhe chamem louca. já chamaram. não se perturbou.

escreve como fala. por isso não é escrita. são palavras com alguma direcção.

(a cadela tem ciúmes do computador. rouba-lhe a mão com que tecla. a outra pende sobre o joelho esquerdo).

amanhã gostaria de se apaixonar. mais que não fosse, pela vida. mas vai ser tarefa difícil de levar a cabo.

bem, pomos de lado a paixão. amanhã vai amar toda a gente que conseguir.

à mão pendente falta-lhe o cigarro. a cadela aquietou-se. a música escorre como água límpida. como chuva sobre o jasmim e as rosas.


que bom, a música escorre!

4 passos

Blogger Cristina andou...

:-))))

segunda jun. 06, 09:10:00 da tarde  
Blogger aDesenhar andou...

voilá ...

e eis que do cacto brota música ...

e aí estão os passarinhos que faltavam no post anterior...

:-)

segunda jun. 06, 11:18:00 da tarde  
Blogger wind andou...

:)))) Mas como és querida:-)

segunda jun. 06, 11:30:00 da tarde  
Blogger Madalena andou...

Boa noite.

beijinhos.

segunda jun. 06, 11:35:00 da tarde  

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